sábado, 26 de setembro de 2009

The Pursuit of Happyness



A humanidade vem desde que o mundo é mundo, discutindo dogmas religiosos, teses de filosofia, incoerências do inicio da vida e mais uma série de prismas que permitem uma vida de discussões sem fim e sem denominador. Mas todo mundo sempre tem uma resposta meladinha e sem graça, ou algo depressivo de mais, quando o assunto é sobre “O que é a felicidade?” – Geralmente se discute essa questão, de acordo com a presença dela ou com sua ausência, a felicidade nunca é abordada numa situação neutral, mas sempre em extremismo.

A nossa felicidade é uma coisa transitória e, isso é notório. Creio que não esteja aberto a discussão isso, pois tu podes estar extremamente feliz, por ter ganho sozinho o premio da Mega Sena, e alguém muito querido falecer – e lá se vai a felicidade de novo.

Mas o que eu queria entender, é quando se sabe que se está feliz de verdade, quando se sabe que realmente pode se dizer: Eu sou um cara feliz! – Quando isso é uma realidade ou uma ilusão?

Seria alguém feliz, pelo simples fato de esperar sua namorada na porta de algum lugar, ficar ansioso pela demora e, sentir seus batimentos cardíacos aumentando gradativamente ao avistar a pessoa do outro lado da rua?Sentir uma emoção quase indescritível ao sentir a pele de novo, a textura valiosa, o gosto e puder olhar todas as cores dos olhos e na seqüência dar um sorriso de orelha a orelha – seria isso a tão procurada felicidade?

Talvez também, a felicidade seja a saudade de um fim de semana distante, mas a alegria pela chegada do dia que vão se ver, onde vão realizar tudo descrito antes. Seria isso então a felicidade?

Acho que a felicidade é mesmo esse ponto de vista – o “seu” ponto de vista.

Talvez eu não saiba exatamente o que é a felicidade, talvez eu seja um grande conhecedor... Não sei.

Só sei, que eu me sinto um dos seres mais felizes.

sábado, 1 de agosto de 2009

Return to innocence

- Puta merda! – disse ele ao ouvir o telefone tocar às três e meia da manhã.
- Alô! – saudou a alma sem compaixão pelo sono alheio.
- Eu vou ir! – falava aquela voz doce que ele á tempos não ouvira.
- Quê?
- Eu vou ir. Agora eu vou ir – dessa vez é verdade!
- És tu?
- Sim, sou! As coisas não deram certas e, eu acho que por mais que eu fuja, por mais que eu dê voltas, eu acabo sempre no mesmo ponto.

Então ele senta-se na cama e, desenvolve com os lábios um sorriso que em muitos anos não o fazia:

- Mas quando?
- A passagem foi marcada pra quarta. Chego à rodoviária às seis horas da manhã!
- Mas, mas... – Gagueja num conflito de perplexidade e felicidade.
- Sim, Amor, eu vou! Tu me buscas?
- Sim, claro. – Mas... Tu vens mesmo?
-Vou, dessa vez é pra valer!
- Vens passar quantos dias?
- Eu pretendo morar!

Silenciou por alguns instantes, olhou pro relógio.

- Se tu estás mais uma vez brincando comigo: Pare! Tu não tens esse direito!
- Não estou, Amor!Já disse. Eu vou e, pra ficar!
- Não acredito. – disse ele com um tom choroso, não de descrença.
- Pois é verdade, apenas me busque!
- Ok. Eu estarei lá!
- Certo. Bom ouvir tua voz. – Falou ela quebrando o tom eufórico.
- Sim, bom ouvir a tua também e, bom também saber que algo que faz muito tempo que eu quero ouvir: Que tu vens - vai ser consumado.
- Bom, liguei só pra te dar essa noticia e, pedir que vá até lá.
- Eu irei – Agora foi ele quem falou em tom eufórico.
- Combinado então. Até lá! Um beijo!
- Beijo. – Desligou o telefone e, se deitou na cama. Com as pernas abertas na cama, e os braços também; olhando para o teto.
Ele não conseguia acreditar, que algo que ele tanto esperou, o pegava de surpresa, num momento calmo. Que quando meses antes, ele esperou por essa noticia numa ansiedade sem fim.
Ela viria e, dessa vez pra ficar.
Deitado na cama, inerte, sem reação alguma, só com um sorriso que estampava sua face de lado a lado.
A abrupta vontade de ficar ali, parado, e esperar quarta feira chegar, e ir até aquela rodoviária, olhar naqueles olhos que ele sempre quis, dizer um oi tímido e começar uma coisa nova.
A vida mudou e, dessa vez pra melhor.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Né?

Então, tô numa faze total músicas de ambiente com parede de cor amarelo queimado.
Comprando cigarro, voltando pra casa, estudando por conta, compondo, lendo... Essas coisas. Lendo vários blogs, em especial o da Ivy – por sinal ando adquirindo muito o vocabulário peculiar dela, e isso é tão blé!(haha).
Mas é legal, eu me sinto tão estúpido fazendo algo diferente aqui – digo, eu sempre componho um texto ou um poema, e tô aqui falando da minha vida pra pessoas que não vão passar por aqui.
Tava com a idéia de falar coisas idiotas aqui – acho que estou sendo bem sucedido – tô com vontade de parar de ouvir Vitor Ramil. Tô puto com ele. Comecei a de fato prestar atenção na música Ramilonga. Aquela que ele da um passeio por Porto Alegre, e conta sobre o carinho dele pela cidade. Que cara bem palhaço que é ele, ele só anda por bairro nobre: Bom Fim, Rio Branco, Cidade Baixa... Por que ele não sente saudades do Leopoldina? Do Sarandi?
Falava com meu pai ontem, ele tá pensando em ir pra Argentina passar uns dias lá comigo. Achei super interessante a idéia dele, a gente pode ir comprar coisas e ainda trazer uma gripe suína pra cá. Na moral, tá todo mundo ultra-preocupado com essa merda de gripe dos porcos e, eu acho que sou um dos poucos que ta pouco se fodendo pra essa merda. Sério, eu não tô nem um pouco preocupado – acredito na lei da atração. Tá, eu não acredito não, mas uso de desculpa pra fazer o que eu quero quando me é conveniente: - Oi, eu sou um humano.
Tem coisas boas acontecendo e, – não me acordem .Ao que tudo indica eu arrumei um trabalho e nem vou precisar cortar meu cabelo. Consegui me livrar do serviço militar – isso tava me apavorando – e... Agora que todo mundo desistiu de cortar meu cabelo, eu tô pensando em cortar. Já se foram oito anos de pelego longo. Ainda não sei o que vou fazer.
Tô acompanhando bastante o caso da Yeda aqui no estado. Sinceramente eu acho que ela é uma puta duma vaca, mas também não se tinha opção, era ela, ou o Olívio. Nas eleições eu estava em Brasília (Eu quis falar isso pra parecer importante) – mas de fato eu estava – então não votei. Também nem tinha o título – mas eu acho que bem ou mau, ninguém tem uma prova concreta contra ela. Tá, ela comprou uma casa de setecentos mil – mas eu acho bem plausível comprar isso com o salário dela e do marido.
Com esse lance da Yeda, o que acabou acontecendo foi que eu peguei mais nojo da raça de professores. Eu vi no jornal, o protesto que rolou na frente da casa dela – o que é um absurdo – e, as professoras não tinham aquele direito. Mostraram uma professora batendo num brigadiano. Ele não fez nada, só pegou ela e levou pra delegacia – ele podia ter cagado ela a pau... Eu teria feito isso (Rá).
Ah, em nível de política ainda rola aquele lance com o Sarney, né... Eu ficaria feliz em ser parente dele e ganhar o emprego.
Mas acho tão blé esse lance de debater assuntos que ocorrem em Brasília, as coisas lá não mudam e as frases são sempre as mesmas.
Comecei a ler um novo livro do J.M. Simmel. Tô achando um cocô, mas minha madrinha disse que é bom.
Em alguns anos, eu venho reclamando da minha infelicidade e, acho que isso tá mudando – finalmente – fico feliz pelo meu emprego de baixa remuneração.
É isso!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Irreais

Passava uma vida agindo como uma criança. Então cresceu. Criou barba e desejos dos quais uma criança não tinha. Mas ainda agia como uma criança – não na inocência, mas na estupidez.
Agia sem pudor, agia sem cautela ou medo com o que fazia com as pessoas – e por esse motivo era visto com outros olhos.
Ainda no colégio era um cara bem entrosado. Dava-se bem com todos e com os professores – mas todos o achavam muito criança – mas não criança de criança bobinha, criança querida – criança de imaturo mesmo, de negligente com sigo e com os outros.

Sem saber o que ao certo quer, o que ao certo pensa ou gosta – sempre enfiava os pés pelas mãos. Ferir as pessoas era uma constante – mas verdade seja dita: Sem querer – quase sempre sem querer.

Afundado em livros de filosofia e escritores estrangeiros, adquiria muita cultura e, nenhuma picardia. Como pode um ser, ser tão estúpido?
De nada adiantava andar com Voltaire, Nietzsche, Allan Poe, Kafka ou qualquer velho sabido – de nada adiantava se ele só decorava as histórias. Nunca as colocava em pratica. Nunca tomava o conhecimento de seus heróis como uma lição – era mais um livro.

Filosofando sozinho no banho sobre sexualidade, racismo e outros assuntos cult’s – era ele mais um pseudo-cult. Mais um pseudo-sábio. Em suma: Um estúpido.
Negligenciava o carinho que as pessoas tinham por ele e, mais uma vez acabava por ficar só – bem feito.
Trancafiava-se então mais uma vez em seu quarto com seus heróis, a fim de buscar uma saída ou uma resposta. E as encontrava – e mais uma vez o estúpido não as seguia, não as usava.
De que adianta?De que adianta tantos livros, tanta sede de saber, se na hora que necessita dela... Simplesmente não se usa! De que adianta?


Sonhando todos os dias com uma independência financeira e moral – mas não fazia nada pra que isso acontecesse. Literalmente nada!
Reclamando da sorte e mais uma vez citando artigos de revistas que falavam de seus heróis. Revistas que lia pra que mais uma vez fossem inúteis. Revistas que seriam altamente edificantes pra que a pessoa conseguisse se elevar – perante os outros e a si mesmo.

Mas não, sempre se lia, sempre se ignorava o que se lia e sempre, sempre mesmo, era vista com olhos irreais – e com a mais coberta razão.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

L'âge D'or



Tão torto e distorcido. Planejando ou às vezes simplesmente “dando de ombros”.
Capaz de fazer sofrer uma vida inteira, destruir nações e mentes.
Digno de pena ou, de ódio – é a pedra no meu sapato.
O causador dos meus problemas. Mas, já foi uma solução.
Tudo bem...
Contorce na cama ao lembrar-se dele – por quê?
Disfarça sempre que precisa usar.
Dissimula sempre que o precisar – mas dependendo da índole, não.
Às vezes come frio e pelas bordas. Às vezes faz num ato seco.

Causador da perplexidade – depois dele feito, o “por que” é inevitável.
É presente nos relacionamentos – mas nunca por culpa de ninguém.

Egoístas sem querer.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Fim



Tantas cidades,
Tantos cheiros,
Poucos amores.
O que restou,
Foram sabores memoráveis.

Daqui não se leva nada.
Pelo menos, nada de bom.
De bom, só o alívio do fim.

Do lado parado da vida
Visualiza-se como era bom.
Andar de mãos dadas com o nosso veneno.

O que eu vou levar de bom,
São os carinhos dos meus pais,
O amargo da minha bebida e,
O travo do meu cigarro.

Todos os lugares em que andei,
Aprendi a calar.
Todos os lábios que beijei,
Ensinaram-me que não era minha aptidão.

O que restar é o que restou.
Largo minha espada e tiro meu elmo.
Deixo a parte vulnerável da minha bala clava exposta.

Pois daqui nada vai – tudo fica.
De bom, só o alivio do fim.

Fim.

domingo, 31 de maio de 2009

Não estou lá

- Tu viste aquele filme do Almodóvar?
- Vi!
- O que tu achaste?
- Uma bosta.
- A gente tá falando do mesmo filme?
- Tu tá falando do Kika?
- Sim!
- É, uma bosta.
- Ai, mas o filme é ótimo.
- Capaz, é um lixo – uma maquiadora, que se apaixona por um defunto que não é defunto. Por favor, né?Eu esperava mais de ti.
- Eu não tenho que gostar do que tu gosta.
- Nem eu do que tu gosta.
- Ai... Enfim – tu vais sair hoje?
- Acho que sim.
- Aonde tu vais?
- Comprar cigarro.
- E depois?
- Voltar pra casa e ouvir Fito Paez.
- Posso ficar aqui contigo?
- Na verdade eu ia te perguntar isso.
- Te amo.
- Também te amo. Tu vais querer passar na tua casa pra gente pegar umas roupas?
- Ah, sei lá... Acho que não precisa. Deixei um moletom e uma calcinha aqui finde passado.
- Ah, que bom – tô sem grana pra gasolina.
- Bem capaz, se fosse o caso, eu colocava gasolina.
- Tu sabes que eu não gosto que tu pagues as coisas.
- E tu sabes que a gente ainda vai terminar por causa desse teu orgulho idiota.
- Não começa!
- Mas é sério...
- Não começa! Tá, vamos lá compra cigarro?
- Vamos. A gente podia passar no super também, e comprar um vinho e um chocolate, né?
- E um filme na locadora?
- É!
- Deu pro Fito Paez.
- Deixa de ser chato!
- Tá, mas Almodóvar não!
- Alguma coisa em mente?
- Não. Lá a gente vê. - Tá, Sofia, tu ta pronta?Tu tá à meia hora nesse banho... Vamos antes que eu mude de idéia.
- Pronto. Tava secando o cabelo. Já disse que eu te amo?
- Não...
- Vamos daqui a pouco?
- Por quê?
- Vem cá...